domingo, 3 de maio de 2009

Orsova, Romênia



Coordenadas: 22º23'N, 44º43'E

Localização: judeţ (distrito) Mehedinţi, Romênia

Bioma: Floresta temperada

Clima: Temperado continental

Língua: Romeno

População: 12.975 (2007)

Origem do nome: Orşova (romeno). Provavelmente vem do nome húngaro “Uros” e do eslavo “ova”.

Economia: Indústria energética e extrativismo mineral.


Orsova é uma cidade portuária romena, localizada no Rio Danúbio (que demarca a fronteira da cidade com a Sérvia), no encontro deste com o Rio Cerna, que desce das Montanhas Almăj. Ficando na região considerada como portal para o Danúbio, teve grande importância histórica por sua localização, sendo hoje em dia o segundo maior centro urbano na região. Próximo à cidade se localiza a hidrelétrica Iron Gates, cuja represa inundou a antiga cidade e resultou na construção da atual um pouco acima.

A cidade gira em torno de sua hidrelétrica, que fez com que a população praticamente dobrasse em 1970, data da construção. Na região também se encontram alguns recursos minerais, então a cidade é um centro de extração de bentonita, crômio e granito. Também ganha com a construção de navios e maquinarias, produção têxtil e processamento de feldspato, quartzo, asbesto e talco. Além disso ainda há a extração e processamento de madeira. A agricultura baseia-se em batata e alguns cereais.

Assim, a cidade funciona como um importante porto no Danúbio, bem como grande produtora energética e centro turístico histórico.

O clima na cidade é temperado continental, com invernos frios e verões amenos. Possui precipitação moderada, mas por causa da represa da usina as inundações são freqüentes.

Orsova tem grande potencial turístico, por se localizar na beira de uma garganta esculpida pelo Danúbio, formando o que parece um belo portal para o restante do rio. Existem várias cavernas na região, como Ponicova e Piscabara, que serviram inclusive nas batalhas e guerras entre os turcos e os austro-húngaros.

Ainda relacionado ao turismo, a cidade abriga alguns sítios arqueológicos, desde resquícios da idade da pedra em cavernas até ruínas romanas e de fortes medievais. Abriga ainda construções famosas como o Monastério de Santa Ana. O monastério foi fundado pelo jornalista Pamfil Seicaru, um tenente da primeira guerra que queria expressar sua gratidão a Deus. Foi construído no estilo original de igrejas de madeira, entre 1936-39. Durante o regime comunista, as pinturas foram apagadas e funcionou como sanatório para tuberculosos e abrigo para crianças, até em 1990 voltar a funcionar como monastério. Muitas construções romenas sofreram este descaso durante a época comunista e foram, em algumas vezes, destruídas. Na cidade ainda há uma interessante igreja católica, de arquitetura peculiar, em forma de cruz e com o teto em forma de tenda.

Também existe na cidade um monumento chamado "Danubia", em homenagem aos romenos que morreram tentando fugir do rígido regime comunista sob comando de Nicolae Ceauşescu.


Um pouco de história:

Os primeiros sinais de ocupação humana na região datam de 10.000 a 8.000 a.C., incluindo utensílios agrícolas e desenhos em cavernas. Na região existem sítios arqueológicos mostrando que no período antigo houve muita movimentação humana naquela região, provavelmente por estar em um importante local no Rio Danúbio.

Em cerca de 100 d.C., foi construído um porto romano na região. Este local, na época, era uma província romana chamada Dacia, e tinha importância estratégica militar (por ser uma “porta” do Danúbio), então lá fizeram um castrum (forte militar romano) chamado Dierna. Em 193 Dierna passou a ser considerada cidade.

Durante a Idade Média, passou por várias ocupações e domínios. Em 1524, foi capturada pelos turcos. Em 1688, foi tomada pelos austríacos, mas as forças otomanas recapturaram-na em 1690. Após isso, em 1718 passou a pertencer ao Reino da Hungria, em 1739 voltou para o Império Otomano, e em 1791 voltou ao Império Austro-Húngaro. Permaneceu parte dele até o fim da I Guerra Mundial, quando se tornou parte da Romênia. Em 1923 foi declarada cidade, e em 1968 incluída então no condado Mehedinti, durante a reforma administrativa.

Após a construção da hidrelétrica Iron Gates, que causou a inundação da região da cidade, uma nova cidade foi construída um pouco para cima da outra, entre 1966 e 1971. Construída em terrenos mais altos, incluiu o lado sul das Montanhas Almăj e as vilas rurais de Jupalnic, Tufari e Coramnic.

Hoje em dia a cidade tem a forma de uma ferradura em volta da baía que se formou com a inundação, e se concentra principalmente na parte oeste.


Curiosidades:

O rio Danúbio é o segundo maior rio da Europa, e atravessa dez nações diferentes: Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Bulgária, Romênia, Moldávia e Ucrânia. Também serve de fronteira para muitos países, e inclusive delimitava o Império Romano durante a antiguidade. A bacia deste rio foi importante para o povoamento na Europa, sendo habitada por muitos povos e servindo de rota entre o ocidente e o oriente da Europa.


Fotos: Monastério de Santa Ana; Igreja Católica; Inverno na cidade; Monumento aos romenos, Barco aportado; Cenário entre as montanhas.


Saiba mais:

http://en.wikipedia.org/wiki/Orsova

http://en.wikipedia.org/wiki/Iron_Gate_(Danube)


sábado, 25 de abril de 2009

Baruun-Urt, Mongólia



Coordenadas: 46°40’N, 113°16’E

Localização: Sükhbaatar aimag (província), Mongólia

Bioma: Estepe

Clima: Semi-árido

Língua: Mongol

População: 15.549 (2008)

Origem do nome: Баруун-Урт (mongol). Em mongol, Baruun significa “oeste” e Urt “longe”, portanto “longe do oeste”, porque a cidade se localiza na Mongólia oriental.

Economia: Criação de animais, artesanato e recente mineração.


Baruun-Urt é uma cidade localizada na Mongólia oriental, em meio às estepes mongóis e muito isolada. A cidade e suas redondezas constituem um “sum”, ou distrito, que é uma unidade usada pelos mongóis para designar suas cidades. Como o povo é nômade e muda bastante de lugar dentro das regiões, o “sum” engloba uma região, incluindo as populações migrantes, e estas são separadas por “bags”, pois como não possuem habitações fixas, constituem “bairros viajantes”. Cada “sum” tem uma vila central onde ficam algumas construções fixas, como é o caso de Baruun-Urt: na vila central existem algumas construções básicas como um pequeno hospital, uma escola e duas praças. A praça central possui uma estátua de Dadmin Sükhbaatar, líder militar mongol que foi importante na independência do país e era comunista, sendo muito idolatrado pelos mongóis.

As populações das cidades mongóis são flutuantes, mudam muito rapidamente por causa do hábito nômade milenar dos povos da região, motivado pela vegetação seca da estepe e do clima semi-árido. Isso explica por que não existem grandes regiões urbanas, e a economia se baseia no artesanato e no agro-pastoreio nômade, basicamente para subsistência. A dieta dos mongóis se constitui basicamente de carne, geralmente de cordeiro. Os mongóis constroem habitações móveis e levam os animais em suas migrações.

A estepe que impede os povos de ficar muito tempo no mesmo lugar também produz paisagens surreais: no inverno longo e gelado, quando a estepe fica vazia e congelada, tem-se impressão de estar em um planeta deserto.

A região é habitada principalmente pelos povos Khaikh (maioria), Dariganga e Uzemchin. Na cidade existe um museu que expõe vestimentas desses povos, algumas informações sobre eles e utensílios, como os produtos de prata dos renomados artesãos Dariganga. A religião das tribos é de grande maioria budista.

Em 2005, começou a funcionar uma mina de zinco a 13 km da cidade, a Tömörtiin Ovoo Zinc, construída em associação com uma mineradora chinesa. Também começou a ser explorada uma mina de carvão 7 km a noroeste da cidade. Isso rendeu emprego à população local, e contribuiu para a vinda de mais pessoas para a cidade.


Um pouco de história:

Como a Mongólia é um país consideravelmente homogêneo, baseado na população nômade pastora, budista e de tribos parecidas, a história das cidades coincide geralmente com a história do país, a maioria delas sendo centros onde as tribos nômades costumam se reunir.

Os mongóis têm tradição nômade milenar, resultado do esforço para sobreviver em uma região extremamente hostil, entre a Sibéria e o deserto, com invernos rigorosos e longos e clima semi-árido. Desde os tempos antigos existem relatos de tribos vivendo na região. Supõe-se que os hunos vieram da região. Nos séculos XI e XII, Kabul Khan reuniu as tribos mongóis contra a China mas foi derrotado. No final do século XII, Gengis Khan também reuniu algumas tribos. O Império Mongol passou por vários conquistadores, fez parte do império Manchu que dominava a China, até que em 1911 a Mongólia (na época parte da China, Mongólia Exterior) tornou-se independente e ficou sob proteção da Russia Czarista.

Com o surgimento da URSS, esta instalou um regime comunista na recém-formada república mongol. Com a queda do regime em 1990, a Mongólia vive em um regime parlamentarista, mas como dependeu muito tempo de ajuda da URSS, é muito pobre e tem problemas para lidar com os estragos do inverno. Por não ter se desenvolvido direito, sua população continua nômade e pratica atividades tradicionais. Hoje em dia, as tribos continuam esparsas, vivendo nos “sum”, sendo que a maioria deles tem apenas cerca de 5 mil habitantes.


Curiosidades:

Por conta de sua vida nômade, os mongóis desenvolveram um tipo de habitação fácil de transportar, o ger (yurt). O ger é uma tenda circular com estrutura de madeira, com a parede geralmente da altura de um homem e o teto abobadado, com apenas um cômodo. Coberta por feltro ou lã branca, é de fácil montagem e protege bem contra o calor e o frio, podendo ser carregada em pequenas carruagens durante as migrações e possibilitando aos mongóis mudar de lugar facilmente, mas continuar tendo abrigo, o que é necessário para resistir ao frio da estepe mongol.

A engenhosidade de tal moradia é interessante. Também interessante é observar que apesar do tipo de vida mongol, alguns dos ger possuem inclusive antenas e aparelhos eletrônicos, sendo muito bem equipados por dentro.


Fotos: Praça, Praça principal, Evento na praça, Centro da cidade, Crianças mongóis (cidade ao fundo).


Saiba mais:

http://en.wikipedia.org/wiki/Baruun-Urt

http://en.wikipedia.org/wiki/Sums_of_Mongolia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ger


domingo, 19 de abril de 2009

Novaya Chara, Rússia



Coordenadas: 56°47’N, E118°16’E

Localização: Raion (distrito) Kalarski, krai Zabaykalsky (antigo Oblast Chita), Rússia

Bioma: Taiga

Clima: Sub-ártico

Língua: Russo

Origem do nome: Новая Чара (russo). O nome vem do rio Chara que passa pela vila. Esse nome em russo significa “charme”, “encanto”.

Economia: Vive do funcionamento da estação ferroviária da BAM e da mineração nos arredores.


Novaya Chara é um assentamento urbano localizado no sul da taiga siberiana, na Rússia. Chama-se assentamento urbano porque era assim que a União Soviética denominava as localidades intermediárias entre as cidades grandes e as habitações rurais. O lugar tem o tamanho de uma localidade rural, porém não depende da agricultura e tem instalações urbanas. Novaya Chara fica às margens do Rio Chara, entre a cordilheira Stanovoy e as montanhas Kodar.

A única atividade econômica real se dá em torno da linha férrea que passa pela cidade, pertencente à BAM (Baikal Amur Mainline), que atravessa a Rússia. Além disso, Novaya Chara fica em uma região de abundância mineral, porém a exploração das minas ainda não é muito boa, mas esforços estão sendo feitos para desenvolvê-las, como a manutenção dos trilhos das minas, antes abandonados.

As importantes minas próximas incluem Chineyskoye, o maior depósito russo de titânio e mundial de vanádio, bem como Katuginskoye, importante mina de metais de terras raras. Também há depósitos de antrácito, além da charoíta, uma gema lilás que só é encontrada na região. A abundância de gemas na área traz muitos comerciantes de pedras e jóias para a região.

Como a cidade fica na rota da BAM, que liga as duas pontas da Rússia paralelamente à linha Trans-Siberiana, muitos turistas passam pela cidade e visitam as montanhas Kodar e o deserto Charskey, sendo incluída em roteiros turísticos pelo país e trazendo assim certa renda para a cidade.


Um pouco de história:

O assentamento foi fundado em cerca de 1980, por causa da construção da Baikal Amur Mainline, perto da antiga vila de Chara, nomeada assim por causa do rio próximo. A estação foi construída em 1981, por trabalhadores da República Cazaque, quando a URSS ainda existia. As brigadas Komsomol (trabalhadores jovens) ficaram responsáveis por parte da construção dos trilhos.

O tráfego regular de trens começou em 1988. Porém, a conclusão da BAM não trouxe o desenvolvimento esperado para a área, e com a crise econômica soviética no final dos anos 80, cerca de metade da população, que era cerca de 8 mil, deixou o lugar. Hoje em dia pouco mais que 4 mil pessoas moram na cidade, que restou como parada a viajantes da linha férrea.

No passado a União Soviética promoveu a exploração de minas próximas da região, incluindo a que gerou o Gulag de Marble Canyon. Os gulags eram lugares remotos para onde a URSS enviava prisioneiros para trabalhar, nesse caso nas minas de urânio da região, para ajudar no programa nuclear russo. Em Novaya Chara existe um museu histórico com exposições sobre esse gulag.


Curiosidade:

Próximo da vila de Novaya Chara, atravessando o rio, existe um deserto de cerca de 6 km de extensão, coberto totalmente por areia de quartzo. O deserto chama-se Charskey Sands, e não se sabe como ele surgiu, e o fato curioso sobre ele é que está incrustado no meio da taiga, ao lado das montanhas Kodar, e ocorre uma passagem abrupta da floresta densa para a areia do deserto. Além de tudo, a região é muito fria e ocorre precipitação de neve, causando uma mistura incrível de paisagens. Pode-se ficar com um pé dentro da floresta e um dentro do deserto, sem faixa de transição. O deserto parece ter tido grande importância na antiguidade, já que artefatos de milhares de anos já foram achados nele. Hoje em dia a região é estudada por vários geólogos e geógrafos, e visitada por muitos turistas.


Fotos: Estação, Trilho da BAM, Trilhos, Monumento aos 25 anos da vila, Mapa da região, Vista aérea, Charskey Sands.


Saiba mais:

http://en.wikipedia.org/wiki/Novaya_Chara

http://en.wikipedia.org/wiki/Baikal_Amur_Mainline


sábado, 11 de abril de 2009

Nundle, Austrália



Coordenadas: 31°27’S, 151°07’E
Localização: Concelho Regional de Tamworth, Condado de Parry, estado de Nova Gales do Sul, Austrália
Clima: Temperado
Elevação: 609m
População: 289
Economia: Gado ovino e bovino, madeira e trigo
Língua: Inglês
Origem do nome: Provavelmente do aborígene, significando “boca”.

Nundle é um pequeno vilarejo ao pé da Cordilheira Australiana, localizado em uma região histórica de mineração. Por sua origem, possui várias construções antigas, algumas mantidas como patrimônio nacional. Ela teve origem com os mineiros que vieram atrás do ouro e acabaram se estabelecendo no local, e hoje em dia, com uma pequena população, vive da criação de animais e da produção de lã.
A vila mistura a paz de um vale cercado por montanhas com um clima histórico.
Apesar de não possuir mais produção intensa de ouro, ainda é conhecida por suas propriedades minerais. Além dos poucos filetes que restam de ouro, é uma das melhores áreas do país para extração de cristais, além de pedras como zircão, jasper verde e safiras. A visita turística da exploração mineral é encorajada, principalmente durante festivais na cidade. Existe um famoso na cidade, feito sempre na época da páscoa, o “Go For Gold”, que além de apresentar danças e acrobacias chinesas, por causa da parcela da população que se originou dos mineradores chineses, também conta com atividades como aprender a minerar ouro.
Em 2001 foi aberta na cidade uma fábrica têxtil que utiliza a lã produzida nas fazendas locais, utilizando máquinas antigas e históricas e produzindo novelos coloridos, feita de forma a se tornar peculiar, servindo de atração turística e convidando os visitantes a assistir o dia-a-dia da produção.
A cidade é cortada pelo rio Peel, onde existe a barragem Chaffey, sendo um lugar muito procurado por pescadores. Próximo de lá existe a vila mineira de Hanging Rock, de valor histórico, abrigando cemitérios de mineiros e uma bela vista da região, pois está no alto de uma montanha com visibilidade para o vale Nundle.

Um pouco de história:
Nundle foi estabelecida quando ouro foi descoberto em Hanging Rock, em 1852. Neste ano vieram 300 mineradores, da Europa, Califórnia e da China, em busca de ouro nas montanhas. A terra antes pertencia à Companhia Australiana de Agricultura, que cogitou vender a região, mas com a descoberta de ouro acabou por fundar uma companhia de mineração no local. Em 1882 foi construída uma Igreja Metodista Primitiva. Logo uma escola foi construída e em 1885 Nundle já foi declarada como “vila”, sendo este o ano de fundação. Em 1941 a eletricidade chegou à cidade e em 1979 foi criada a barragem de Chaffey.
Em 2001, a construção da fábrica de beneficiamento da lã na cidade foi importante, gerou empregos e arrecadou dinheiro para a cidade, que hoje vive de suas fazendas e conta com razoável visita turística.

Curiosidade:
Em 2008, ecologistas encontraram em Nundle uma Euphrasia arguta, planta florida que era considerada extinta e foi vista pela última vez apenas em 1904. É um dos interessantes e raríssimos casos em que se acha um indivíduo de uma espécie presumidamente extinta. Especialistas supõem que o controle das queimadas australianas tenha permitido à planta se desenvolver novamente.





Saiba mais:

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Siquijor, Filipinas



Coordenadas: 9°13' N, 123°30' E
Localização: Região de Visayas Central, Filipinas
Bioma: Tropical úmido/Mangue
Área: 343.5 km²
População: 81.598 (2007)
Economia: Turismo, agricultura, pesca e artesanato.
Língua: Cebuano (também tagalog e inglês)
Etnia: Predominantemente Visayanos, nativos da região.


Siquijor é uma ilha e província localizada na região de Visayas, no centro-sul das Filipinas. Possui 6 municipalidades com paróquias que datam de seu descobrimento pelos espanhóis. Suas areias brancas, belas árvores, vastos recifes de corais e lendas misteriosas fazem da ilha uma grande atração turística filipina, com muitos resorts. Possui algumas cavernas cheias de estalactites e estalagmites, com piscinas naturais e pequenas cachoeiras, que além de serem interessantes pontos de visitação são alvos de muitas histórias misteriosas.

O clima da região é tipicamente tropical, com temperatura média de 28°C, floresta tropical no interior da ilha e alguns manguezais no litoral. A população, predominante nativa, vive da agricultura, fabricação de móveis, cestas e artesanato, amendoim e banana.

Passou por grande influência espanhola, que deixou várias construções religiosas pela ilha, como o Convento de Lazi, considerado o maior e mais antigo desta região asiática.

O nome da ilha, segundo as lendas, originou-se quando os espanhóis chegaram na ilha e encontraram um ancião. Ao perguntarem o nome do local, este respondeu-lhes o próprio nome, “Si Kihod”. Como os espanhóis tinham dificuldade para pronunciar o nome, passaram a chamar a ilha de “Ilha do fogo”, por causa da luminescência causada por vagalumes que circulam as árvores Molave, comuns na região.


Um pouco de história:

Pouco se sabe sobre o passado da ilha, que foi habitada inicialmente pelos povos nativos da região, os Visayanos, sendo chamados de Siquijodnons. Foi avistada pelos espanhóis pela primeira vez em 1565, pela Expedição Legazpi. A ilha ficou desde então sob domínio espanhol, chegando a pertencer à província de Bohol e posteriormente de Negros Oriental, ambas ilhas na região. A ilha chegou a ser dominada brevemente pelos japoneses durante sua expansão na Segunda Guerra Mundial. Finalmente, em 1971, se tornou uma província independente.

Padres espanhóis chegaram na ilha por volta de 1780 e fizeram a primeira paróquia, no vilarejo de mesmo nome da ilha. Posteriormente se espalharam pela ilha, fundando outras paróquias e construindo a Igreja de Santo Isidoro de Lavrador e o Convento de Lazi. A ilha servia como retiro e descanso para as autoridades religiosas da região. Em 1870, os espanhóis construíram a igreja e a torre de São Francisco de Assis, construída perto do cais para servir de “boas vindas” aos viajantes, bem como alertar a ilha do ataque de piratas.


Curiosidades:

A ilha é muito famosa pelas lendas de magia. Os povos nativos possuem curandeiros e feiticeiros, que dizem curar qualquer doença e até causá-las, sendo que vários deles cobram por isto. A ilha é visitada por muitos habitantes da região em busca de cura e outros serviços “mágicos”, e muitos a temem por esta causa. Também é dito que existem bruxas na ilha, e as várias igrejas abandonadas contribuem para essas lendas. Os feiticeiros da ilha usam ervas e plantas para fazer poções, feitas com rituais e orações muito estranhas, chegando a ser inclusive uma atração turística. As cavernas servem como palco para muitos dos rituais, e muitas regiões inexploradas delas são alvo de muitas histórias misteriosas.


Fotos: Praia, Cachoeira de Cambugahay, Vegetação, Igreja de Santo Isidoro, Convento de Lazi.


Mapas: Mapa, Panfleto.


Saiba mais:

http://www.dumagueteinfo.com/siquijor.php

http://www.mysiquijor.com

http://www.siquijor.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Siquijor

http://www.ironwulf.net/hi/2007/11/23/siquijor-salagdoong-beach-and-forest/


sexta-feira, 27 de março de 2009

Huánuco, Peru



Coordenadas: 09°55’ S, 76°13’ W

Localização: Departamento de Huánuco, Peru

População: 170.588

Altitude média: 1896 m

Economia: Cultivo de frutas, café, coca e cana-de-açúcar, criação de animais montanheses.


Huánuco é uma cidade do Peru, localizada em um vale na Cordilheira dos Andes. Localiza-se às margens do rio Huallaga, perto do começo da vegetação da Floresta Amazônica. Sendo uma das mais antigas colônias no Peru, possui 14 igrejas e uma importante história católica, decorrente da origem espanhola dos colonizadores. A colonização deixou muitas construções históricas na cidade, como a ponte Calicanto, grande ponto turístico da cidade. Existem várias hipóteses para a origem do nome Huánuco, envolvendo tanto os Incas quanto os espanhóis.

Possui um clima muito agradável e é conhecida por este fato. Os moradores da cidade são muito orgulhosos dela por causa disso, e a apelidam de “Cidade da eterna Primavera”, pois a temperatura média é 24ºC, e varia apenas entre 21ºC e 30ºC de acordo com a estação. A região dos arredores da cidade tem altitude muito variável, indo de 200 m até mais de 6 mil metros, fazendo com que o clima e vegetação sejam bem variáveis. A floresta Amazônica fica próxima, sendo que alguns rios das montanhas próximas deságuam na mata.

Suas produções de frutas incluem mamão, laranja e banana, e também são importantes as produções de café, cana e coca, típico produto nas grandes altitudes andinas. A criação de lhamas, guanacos e porcos-da-índia é comum na região, costume herdado das épocas mais antigas dos Incas.


Um pouco de história:

A cidade foi fundada pelo conquistador espanhol Gomez de Alvarado em 1539, na cidade inca de Yarowilca, com o nome oficial de "La muy noble y leal ciudad de los Caballeros de León de Huánuco". A cidade ficou sob governo de Francisco Pizarro, mas em 1541, após o erguimento das primeiras casas, Pizarro foi assassinado por ataques indígenas do exército yarowilka comandado por Illa Túpac. A cidade foi então movida para o local atual, no vavle do Huallaga, sob liderança de Pedro de Puelles. Ao longo do tempo, a cidade cresceu muito por causa das minas de prata. No entanto, as guerras peruanas no século XIX, pela independência e contra o Chile trouxeram muitos danos à cidade.


Curiosidades:

A Ponte Calicanto, ponte muito famosa que atravessa o rio Huallaga e liga Huánuco a Tingo Maria, foi construída usando areia, pedras, cal e clara de ovo. Os espanhóis usaram uma liga que levava clara de ovo nas construções de suas colônias, antes de ser substituída pelo cimento. Seu nome vem de "cal y canto", referência ao cal e ao canto (pedras) que serviam de material para a construção.


Fotos: Vista panorâmica, Vista da região, Igreja local, outra Igreja local, Paisagem na cidade, Construção colonial.


Saiba mais:

http://www.huanucoperu.com/

http://es.wikipedia.org/wiki/Huánuco


quarta-feira, 25 de março de 2009

Lamoni, Estados Unidos



Coordenadas: N40°37', W93°55'

Localização: Condado de Decatur, Iowa, Estados Unidos da América.

Bioma: Pradaria

Área: 8,5 km²

População: 2.444

Economia: A cidade vive da produção agrícola e do setor educacional, com sua Universidade.


Lamoni é uma pequena cidade no condado de Decatur, Iowa. Cidade com influência histórica dos mórmons, se tornou interessada na boa convivência social e possui um bom sistema educacional, já que abriga a Universidade de Graceland, uma Universidade Liberal de Artes (é chamada assim porque procura desenvolver o lado intelectual do aluno, e não profissional), mantida pela Comunidade de Cristo. A cidade deve seu nome a um rei pacifista chamado Lamoni, referido pelo Livro de Mórmon.

Com ambiente típico de cidade pequena, os serviços da cidade são muito bons, tanto que Lamoni chegou a ser indicada para a lista das “100 melhores cidades para jovens viverem” nos Estados Unidos.

A cidade é composta fundamentalmente por brancos, com apenas algumas minorias de outras etnias diversas. Quanto à religião, são predominantemente mórmons, e recentemente nota-se a vinda de um considerável grupo de Amish para a região.

Por abrigar a universidade, uma boa parte da cidade é composta de estudantes e profissionais que atuam na área do ensino ou na área de serviços. A universidade mantém vínculos com a Comunidade de Cristo, portanto se envolve em seus projetos de convivência e cooperação social, mas mantém 60 cursos entre bacharelados e mestrados.

Resumidamente, é uma pequena cidade rural no centro dos Estados Unidos, com grande influência religiosa dos mórmons e recentemente dos Amish, que investe em sua aparência como centro de boa convivência social e cooperatividade, utilizando de seus institutos educacionais para divulgar esta imagem.


Um pouco de história:

Os primeiros ocupantes da cidade, segundo a história, foram de um grupo que buscavam chegar ao Missouri, na época do escravismo (cerca de 1834), já que o estado aceitava a posse de escravos e os estados ao norte não. Como calcularam errado a distância para o estado de Missouri, acabaram chegando na região onde hoje fica Lamoni. Percebendo então que estavam no Iowa e não poderiam manter escravos, logo deixaram a região e praticamente não tiveram influência no futuro da cidade.

A verdadeira ocupação da cidade se deu em 1870 por um grupo de famílias pertencentes à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a igreja Mórmon. Eram parte de um ramo da igreja Mórmon, chamado de Comunidade de Cristo, fundada por Joseph Smith III (filho do criador da igreja), e com o crescimento da igreja, tinham o desejo de viver de acordo com os ensinamentos fundamentais da igreja, e por isso procuraram uma área rural para desenvolver uma cidade. Compraram então 12 km² de terras no Iowa, no lugar que viria a se chamar Lamoni, em homenagem a um rei no Livro de Mórmon. A cidade passou a abrigar a sede desse ramo da igreja Mórmon em 1881. A casa onde Smith morou, conhecida como Liberty Hall, serviu como centro de convivência religiosa e social, e hoje em dia abriga um museu sobre a cidade. Lamoni foi considerada cidade a partir do ano de 1879, e em 1895 foi fundada a Universidade de Graceland.


Curiosidades:

Os Amish são um grupo religioso cristão conservador, que pregam a vida simples, costumes conservadores, e a restrição no uso de tecnologias. Não utilizam aparelhos eletrônicos nem automóveis, e vivem em comunidades, se sustentando da produção rural. Como vivem à parte da sociedade, não prestam serviço militar nem pagam impostos. Se baseiam na vida comunitária e não praticam nenhum ato de violência, porém excomungam membros que desrespeitarem regras.


Fotos: Prefeitura, Estrada, Centro, Casa Amish, Silos, Igreja da Comunidade de Cristo.

-A foto ilustrativa mostra o prédio da administração da Universidade.


Saiba mais:

http://en.wikipedia.org/wiki/Lamoni,_Iowa

http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_de_cristo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Amish

http://www.lamoni-iowa.com/photos.html

http://www.city-data.com/city/Lamoni-Iowa.html


terça-feira, 24 de março de 2009

Bida, Nigéria



Coordenadas: 09°04’N, 06°00’E

Localização: Estado de Níger, Nigéria

Bioma: Savana

População: 178.840

Economia: Agricultura de cereais, cana-de-açúcar, criações de animais e artesanatos em vidro e latão.


Bida é uma cidade localizada na Nigéria, sendo a segunda maior cidade do estado de Níger. A cidade é um Emirado, e seu chefe é chamado de Etsu Nupe, resultado da tradição das etnias existentes na região, originalmente habitada por povos Nupe, que mantiveram sua cultura, mas se tornaram adeptos do islamismo, passando a seguir as leis islâmicas. É habitada fundamentalmente pelos Fulas e pelos Hausa.

Foi sede do Império Nupe, que abrangeu grande região ao redor, que hoje em dia é dividida em distritos e governada pelo Governo Local de Bida, uma subdivisão dos governos estaduais nigerianos. O Governo Local de Bida abrange uma região com 8 distritos e cerca de 96 vilas dentro deles. A cidade possui 3 palácios reais e uma grande mesquita. Algumas outras mesquitas foram construídas pelos islâmicos, que são maioria, apenas alguns Nupe ainda seguem religiões tradicionais.

A cidade é cruzada pelo rio Bako e geólogos suspeitam da existência de petróleo na região da cidade. Fica em uma região muito seca, limite entre as florestas chuvosas e o deserto, onde predomina a savana. Nas estações chuvosas, a região recebe muita seca, mas também conta com estações secas e muito quentes.

Sua importância histórica tornou a cidade um grande centro de difusão cultural e comercial. Os mercados da cidade são famosos por seus tecidos, vidros e utensílios de latão. A existência de quartzo na região incentiva a fabricação de artigos de vidro. A cidade também conta com um famoso festival que ocorre em algumas cidades africanas, o Festival Durbar, que inclui rezas, paradas e desfile do Emir. Por causa do grande mercado existente e do festival, a cidade é grande atração turística no país.

A maior parte da população se ocupa da agricultura, produzindo cana de açúcar, arroz, sorgo, milhete e cacau. O bom desenvolvimento da agricultura na região levou até à criação de um instituto para pesquisas com cereais em uma cidade vizinha (Badeggi).

A cidade possui um bom estágio social relativo às cidades africanas, contando com um moderno mercado, hotéis, estádio, eletricidade, água encanada, telecomunicações, TVs e rádios. Possui também um bom número de escolas primárias, secundárias e terciárias, abrigando a Federal Politécnica, Centro Federal de Medicina e uma Escola de Enfermagem.


Um pouco de história:

As origens da cidade datam do século X, na região onde existiam tribos Nupe. O governante da cidade era chamado de Etsu Nupe. Em 1805, com a invasão dos soldados muçulmanos das tribos Fula, foram dominados e convertidos ao islamismo. Em 1856, a cidade virou capital do império Emirado Nupe, governada por um Etsu Nupe originário de tribos Fulas. Em 1870, os britânicos vieram para Bida, e em 1897 a cidade foi rodeada pelo exército, que na época já dominava maior parte da Nigéria, e então tomada como parte da colônia britânica. O governo britânico começou em 1901, e a partir desta época passou a funcionar o Governo Local de Bida. Depois que o governante britânico morreu, a linhagem Etsu continuou conforme os Fulas a determinavam (escolhidos de acordo com a inteligência e carisma). O governante atual é o Etsu Nupe Alhaji Yahaya Abubakar, o 13º Etsu da tribo Fula. Os Etsu’s atualmente agem mais como conselheiros e têm significado simbólico.


Curiosidades:

Um homem da cidade ficou famoso por ter se casado com 86 mulheres, tendo com elas mais de 170 filhos. Islâmicos radicais do país o perseguem e querem puni-lo com pena de morte.

Notícia


Fotos: Artesanato de Latão, Acampamento Fula nos arredores, Palácio do Emirado, Pôr do sol, Federal Politécnica.


Saiba mais:

http://www.nyscbida.5u.com

http://www.mapsofworld.com/nigeria/cities/bida.html

http://en.wikipedia.org/wiki/Bida

http://en.wikipedia.org/wiki/Nupe

http://en.wikipedia.org/wiki/Fulani


segunda-feira, 23 de março de 2009

Ilha Bouvet, Noruega (Atlântico Sul)



Coordenadas: 54°26’S, 03°’24E

Localização: Oceano Atlântico Sul (Área dependente da Noruega)

Bioma: Tundra

População: 0

Área: 49 km²

Ilha desabitada, apenas com atividades científicas temporárias e uma estação meteorológica.


A Ilha Bouvet é uma ilha vulcânica sub-antártica desabitada, localizada no Atlântico Sul, a sudoeste do Cabo da Boa Esperança, na África. É considerada a ilha mais remota do mundo. As terras mais próximas são a Terra da Rainha Maud, na Antártica, a cerca de 1.690 km do sul da ilha, que é usada para pesquisas, e a ilha Gough, a 1.640 km para noroeste, uma ilha desabitada pertencente às ilhas Tristão de Cunha. A área pertence à Noruega e não é sujeita ao Tratado Antártico, pois é ao norte da latitude a partir da qual o tratado é válido (o tratado define que as áreas consideradas como pertencentes à Antártica devem ser desmilitarizadas e livres para pesquisas e expedições científicas). Apesar de desabitada, curiosamente a ilha possui inclusive um domínio na internet, “.bv”, mas não é utilizado.

A ilha é 93% coberta por geleiras, que formam uma espessa camada e bloqueiam as costas sul e leste. Suas praias são cobertas por areia negra vulcânica, mas grande parte do seu litoral é bloqueado por blocos de gelo. A costa tem 29,6 km, mas não possui nenhum porto, e é difícil de se aproximar da ilha, pois a ação das ondas criou um litoral muito recortado. O planalto no centro da ilha é chamado de Planalto Wilhelm II, e o ponto mais alto da ilha é o Pico Olav (Olavtoppen), chegando a 935 m de altura. Por causa do clima rígido e da cobertura de gelo, a vegetação é limitada a liquens e musgos, e a fauna possui apenas focas, pássaros marítimos e pingüins. A temperatura média é de 1,5°C, se tornando muito fria durante o inverno na região, e por isso sendo um lugar muito inóspito.

Tão remota é a ilha que John Clouse, o “maior viajante do mundo”, segundo o Guinness, falhou duas vezes até chegar na ilha por causa do clima. Grupos de rádio-amador adoram a ilha, por ser um lugar muito remoto, e até houve expedições para visitá-la e colocar uma estação lá. Agora que as caças de baleia e foca acabaram no sul dos oceanos, a ilha é raramente visitada, apenas algumas expedições científicas com autorização do governo vão até lá, pois a região é protegida como reserva natural.


Um pouco de história:

A ilha foi descoberta pelo francês Jean-Baptiste Charles Bouvet de Lozier em 1739. No entanto, a posição da ilha não foi precisamente marcada. Em 1772, James Cook tentou encontrar a ilha, mas não achou nada no lugar registrado. A ilha não foi vista até 1808, quando foi achada por James Lindsay, que não desembarcou, mas foi o primeiro a registrar a ilha corretamente. Como desviava muito da marcação anterior, achou-se que era outra ilha e foi chamada de Ilha Lindsay. Em 1825, o capitão Norris, conduzindo um baleeiro, desceu na ilha, nomeou-a Ilha Liverpool e a tomou para a Coroa Britânica (novamente, não se sabia que era a mesma ilha encontrada anteriormente).

A primeira estadia longa na ilha foi em 1927, quando a tripulação da embarcação Norvegia ficou por cerca de um mês, e a renomearam ilha Bouvet (Bouvetøya em norueguês). A ilha foi anexada pela Noruega em dezembro de 1927, e por um Decreto Real Norueguês em 1928, se tornou um Território Norueguês. O Reino Unido entregou o domínio para a Noruega no ano seguinte. Em 1930 um ato norueguês fez da ilha uma área independente sujeita à soberania do Reino.

Em 1971, a ilha e as águas territoriais adjacentes foram designadas reserva natural. Em 1977 os noruegueses instalaram uma estação meteorológica automatizada na ilha, e em 1994 outra estação de pesquisa, mas em 2007, o Instituto Polar Norueguês anunciou que fotos de satélite não a mostram mais. Acredita-se que a estação desabitada foi empurrada para o mar pelo vento. Um terremoto na área em 2006 supostamente enfraqueceu a base da ilha, e acredita-se que a expôs mais às poderosas tempestades de inverno na área. A estação meteorológica parece permanecer intacta, mas percebe-se a dificuldade em colocar instalações na ilha.

 

Curiosidades:

A ilha Bouvet foi o cenário do filme Alien VS. Predador, onde uma expedição científica viaja para ela dando início à história.

 

Em 1979, um satélite gravou um flash no oceano entre a ilha Bouvet e as ilhas Príncipe Eduardo. Este incidente, chamado de Incidente Vela, permanece um mistério, alguns acusam ser uma bomba nuclear, e outros um impacto de meteoro.


Fotos: Vista de cima, Mapa (CIA World Factbook), Mapa (em norueguês), Ilha, Amanhecer na ilha.


Saiba mais:

http://en.wikipedia.org/wiki/Vela_Incident

http://en.wikipedia.org/wiki/Bouvet_Island

http://www.btinternet.com/~sa_sa/bouvetoya/bouvetoya.html


domingo, 22 de março de 2009

Flores, Guatemala




Coordenadas: 16º55'N, 89º53'W

Localização: Departamento de Petén, Guatemala

Bioma: Floresta Tropical

População: 13.700

Elevação: 137m

Economia: Extração de madeira, goma de mascar, borracha, óleo e atividades agro-pecuárias como cana-de-açúcar e cacau, além do turismo, mais importante fonte de renda da região, devido à fama internacional do sítio arqueológico de Tikal, próximo à cidade.

 

Flores é a capital do departamento de Petén, o maior da Guatemala. A cidade de Flores fica em parte em uma ilha no Lago Petén Itzá, ligada por um pequeno estreito ao continente, e é o centro da municipalidade de mesmo nome, com 22.600 habitantes. No continente ficam os subúrbios de Santa Elena e San Benito.

O lago Petén Itzá recebe cerca de 150 mil turistas por ano, devido aos sítios arqueológicos dos Maias. Existem pelo menos 27 sítios maias em volta do lago. A maioria dos turistas visita Flores apenas como ponto de partida para Tikal, o famoso sítio arqueológico Maia, mas a cidade em si também é interessante pelos telhados vermelhos da época colonial, estreitas estradas de pedra, uma antiga igreja e uma praça espanhola. A cidade é muito calma e tranqüila, mas os subúrbios de Santa Elena e San Benito, como bons exemplos de cidades guatemaltecas, possuem alguns problemas, como de trânsito e lixo. A região sofre com o desmatamento, e por isso o governo tenta expandir o ecoturismo e o planejamento agrícola da região, de forma a preservar as reservas biológicas existentes.

 

Um pouco de história:

A região foi um dos grandes centros da cultura Maia, chegando a ser povoada por milhões de pessoas durante a Era Clássica Maia (200-900) e sendo considerada como uma das regiões mais povoadas do mundo da época. A cidade era chamada de Tayasal. Os Itza (grupo étnico Maia) deixaram a região do Yucatán (México) no século XIII e construíram a cidade de Tayasal para ser sua capital. Chamavam-na de Noh Petén, que significa “cidade-ilha”.

Foi na ilha de Flores que a última comunidade Maia independente resistiu contra os conquistadores espanhóis, que não conquistaram a ilha até 1697, quando atacaram com barcos e destruíram a cidade. Vários Itza fugiram e se esconderam na selva durante muitos anos. Da ruína da antiga cidade, arrasada pelos espanhóis, surgiu Flores. A cidade se manteve isolada durante muito tempo, até que o presidente da Guatemala em 1840 (Rafael Carrera) enviou uma pequena tropa para garantir a região como parte de seu país, e o México não considerou que a região valesse alguma briga. Nos anos 60, o governo da Guatemala ofereceu as terras do departamento de Petén para quaisquer cidadãos que quisesse pagar uma pequena taxa por elas, e assim abriu uma pequena estrada até Flores, apesar de não-pavimentada. As longas viagens de ônibus para chegar na região duravam mais de 1 dia, então foram construídos aeroportos na região para atrair os turistas para os sítios arqueológicos maias. Assim foi construído o Aeroporto Internacional Mundo Maia e a região se abriu ao turismo.

 

Curiosidade:

A goma de mascar é originaria da região, pois as árvores da qual provém a goma eram muito abundantes, e os maias aprenderam a extrair a seiva e usar a goma para higiene bucal e para evitar a fome durante os rituais.

Ao lado, a árvore "chicozapote", utilizada pelos Maias para extrair a goma.

 



Fotos: Ilha, Ruas da cidade, Lago Petén, Lago Petén visto de cima, Mapa de FloresLocais turísticos.


Saiba mais:

http://en.wikipedia.org/wiki/Flores,_El_Petén

http://en.wikipedia.org/wiki/Petén_Itzá_Lake

http://en.wikipedia.org/wiki/Petén_Department


sábado, 21 de março de 2009

Palmira, Síria



Coordenadas: 34°33'N, 38°16'E

Localização: Governorato de Hims, Síria

Bioma: Deserto


A cidade de Tadmor, chamada assim pelos árabes, abriga um dos sítios arqueológicos mais importantes do Oriente Médio: a antiga cidade de Palmira. Chamada assim por causa da grande quantidade de palmeiras que existia na cidade, ela já foi um grande centro comercial e religioso da região, mas hoje é apenas uma pequena cidade ocupado por alguns moradores e estudiosos das ruínas. Localiza-se a 200 km do rio Eufrates e 243 da capital Damasco, estando em um oásis em meio ao Deserto da Síria. Sua importância histórica provavelmente se deveu à sua localização estratégica, já que está no meio do caminho entre o mar Mediterrâneo e o rio Eufrates, tendo sido de grande importância no comércio entre Ocidente e Oriente. A cidade foi um exemplo do encontro entre as culturas Greco-romanas e as do Oriente Médio, possuindo construções e peças que remetem a ambas.


Abrigou um templo que se considera como tendo sido uma das maiores construções religiosas do Oriente Médio, o templo de Baal, que ainda apresenta ruínas e constitui parte importante do sítio arqueológico, com datas que remetem ao século I d.C.. Também abrigou um importante cemitério, com tumbas muito ricas e decoradas, formando o Vale das Tumbas, e um castelo construído pelo príncipe libanês Fakhreddine Al Maany. Hoje em dia abriga uma das mais violentas prisões do mundo, a prisão de Tadmor

 

Um pouco de história:

O primeiro registro que se tem da antiga cidade data de 2 milênios a.C., tendo sido parte do império de Salomão, como relatado na Bíblia. Ignorada pelos Selêucidas, a cidade se tornou independente, e floresceu com o comércio entre a península arábica e os persas, chegando a atrair os romanos, que após uma tentativa frustrada, conseguiram conquistar a cidade, na época de Tiberius. Nos anos seguintes, se tornou um importante entreposto comercial entre Roma e o extremo Oriente, crescendo em importância e riqueza. Atingiu importância ainda maior quando o príncipe da cidade, após ser morto pelos Sassanídeos, deixou sua esposa Septimia Zenobia no poder. Ela se rebelou contra os romanos e dominou territórios vizinhos, logo chamando a atenção e sendo capturada pelo imperador Aurelius, que a exibiu presa em correntes de ouro por vários lugares.

Após este problema, a cidade passou a ser considerada apenas como base militar, sendo inclusive murada, e assim sua grandeza decaiu. Durante o império bizantino, algumas igrejas foram construídas em meio às ruínas já existentes na cidade e em 634 foi capturada pelos árabes.

O grande declínio foi durante o império Otomano, quando a cidade foi reduzida a um simples vilarejo à beira de um oásis, apenas com algumas tropas estacionadas.

Algum tempo depois, a cidade foi descoberta por exploradores, e no século 19 alguns arqueólogos passaram a estudar a área, sendo que em 1929 alguns moradores que se alojaram no templo de Baal foram expulsos pelo governo francês, que dominou a região na época.


Fotos: Sítio ArqueológicoVale das TumbasAnfiteatro, Palmeiral.


Saiba mais: 

http://en.wikipedia.org/wiki/Palmyra

http://www.syriagate.com/Syria/about/cities/Homs/palmyra.htm

http://en.wikipedia.org/wiki/Tadmor_Prison