sábado, 25 de abril de 2009

Baruun-Urt, Mongólia



Coordenadas: 46°40’N, 113°16’E

Localização: Sükhbaatar aimag (província), Mongólia

Bioma: Estepe

Clima: Semi-árido

Língua: Mongol

População: 15.549 (2008)

Origem do nome: Баруун-Урт (mongol). Em mongol, Baruun significa “oeste” e Urt “longe”, portanto “longe do oeste”, porque a cidade se localiza na Mongólia oriental.

Economia: Criação de animais, artesanato e recente mineração.


Baruun-Urt é uma cidade localizada na Mongólia oriental, em meio às estepes mongóis e muito isolada. A cidade e suas redondezas constituem um “sum”, ou distrito, que é uma unidade usada pelos mongóis para designar suas cidades. Como o povo é nômade e muda bastante de lugar dentro das regiões, o “sum” engloba uma região, incluindo as populações migrantes, e estas são separadas por “bags”, pois como não possuem habitações fixas, constituem “bairros viajantes”. Cada “sum” tem uma vila central onde ficam algumas construções fixas, como é o caso de Baruun-Urt: na vila central existem algumas construções básicas como um pequeno hospital, uma escola e duas praças. A praça central possui uma estátua de Dadmin Sükhbaatar, líder militar mongol que foi importante na independência do país e era comunista, sendo muito idolatrado pelos mongóis.

As populações das cidades mongóis são flutuantes, mudam muito rapidamente por causa do hábito nômade milenar dos povos da região, motivado pela vegetação seca da estepe e do clima semi-árido. Isso explica por que não existem grandes regiões urbanas, e a economia se baseia no artesanato e no agro-pastoreio nômade, basicamente para subsistência. A dieta dos mongóis se constitui basicamente de carne, geralmente de cordeiro. Os mongóis constroem habitações móveis e levam os animais em suas migrações.

A estepe que impede os povos de ficar muito tempo no mesmo lugar também produz paisagens surreais: no inverno longo e gelado, quando a estepe fica vazia e congelada, tem-se impressão de estar em um planeta deserto.

A região é habitada principalmente pelos povos Khaikh (maioria), Dariganga e Uzemchin. Na cidade existe um museu que expõe vestimentas desses povos, algumas informações sobre eles e utensílios, como os produtos de prata dos renomados artesãos Dariganga. A religião das tribos é de grande maioria budista.

Em 2005, começou a funcionar uma mina de zinco a 13 km da cidade, a Tömörtiin Ovoo Zinc, construída em associação com uma mineradora chinesa. Também começou a ser explorada uma mina de carvão 7 km a noroeste da cidade. Isso rendeu emprego à população local, e contribuiu para a vinda de mais pessoas para a cidade.


Um pouco de história:

Como a Mongólia é um país consideravelmente homogêneo, baseado na população nômade pastora, budista e de tribos parecidas, a história das cidades coincide geralmente com a história do país, a maioria delas sendo centros onde as tribos nômades costumam se reunir.

Os mongóis têm tradição nômade milenar, resultado do esforço para sobreviver em uma região extremamente hostil, entre a Sibéria e o deserto, com invernos rigorosos e longos e clima semi-árido. Desde os tempos antigos existem relatos de tribos vivendo na região. Supõe-se que os hunos vieram da região. Nos séculos XI e XII, Kabul Khan reuniu as tribos mongóis contra a China mas foi derrotado. No final do século XII, Gengis Khan também reuniu algumas tribos. O Império Mongol passou por vários conquistadores, fez parte do império Manchu que dominava a China, até que em 1911 a Mongólia (na época parte da China, Mongólia Exterior) tornou-se independente e ficou sob proteção da Russia Czarista.

Com o surgimento da URSS, esta instalou um regime comunista na recém-formada república mongol. Com a queda do regime em 1990, a Mongólia vive em um regime parlamentarista, mas como dependeu muito tempo de ajuda da URSS, é muito pobre e tem problemas para lidar com os estragos do inverno. Por não ter se desenvolvido direito, sua população continua nômade e pratica atividades tradicionais. Hoje em dia, as tribos continuam esparsas, vivendo nos “sum”, sendo que a maioria deles tem apenas cerca de 5 mil habitantes.


Curiosidades:

Por conta de sua vida nômade, os mongóis desenvolveram um tipo de habitação fácil de transportar, o ger (yurt). O ger é uma tenda circular com estrutura de madeira, com a parede geralmente da altura de um homem e o teto abobadado, com apenas um cômodo. Coberta por feltro ou lã branca, é de fácil montagem e protege bem contra o calor e o frio, podendo ser carregada em pequenas carruagens durante as migrações e possibilitando aos mongóis mudar de lugar facilmente, mas continuar tendo abrigo, o que é necessário para resistir ao frio da estepe mongol.

A engenhosidade de tal moradia é interessante. Também interessante é observar que apesar do tipo de vida mongol, alguns dos ger possuem inclusive antenas e aparelhos eletrônicos, sendo muito bem equipados por dentro.


Fotos: Praça, Praça principal, Evento na praça, Centro da cidade, Crianças mongóis (cidade ao fundo).


Saiba mais:

http://en.wikipedia.org/wiki/Baruun-Urt

http://en.wikipedia.org/wiki/Sums_of_Mongolia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ger


domingo, 19 de abril de 2009

Novaya Chara, Rússia



Coordenadas: 56°47’N, E118°16’E

Localização: Raion (distrito) Kalarski, krai Zabaykalsky (antigo Oblast Chita), Rússia

Bioma: Taiga

Clima: Sub-ártico

Língua: Russo

Origem do nome: Новая Чара (russo). O nome vem do rio Chara que passa pela vila. Esse nome em russo significa “charme”, “encanto”.

Economia: Vive do funcionamento da estação ferroviária da BAM e da mineração nos arredores.


Novaya Chara é um assentamento urbano localizado no sul da taiga siberiana, na Rússia. Chama-se assentamento urbano porque era assim que a União Soviética denominava as localidades intermediárias entre as cidades grandes e as habitações rurais. O lugar tem o tamanho de uma localidade rural, porém não depende da agricultura e tem instalações urbanas. Novaya Chara fica às margens do Rio Chara, entre a cordilheira Stanovoy e as montanhas Kodar.

A única atividade econômica real se dá em torno da linha férrea que passa pela cidade, pertencente à BAM (Baikal Amur Mainline), que atravessa a Rússia. Além disso, Novaya Chara fica em uma região de abundância mineral, porém a exploração das minas ainda não é muito boa, mas esforços estão sendo feitos para desenvolvê-las, como a manutenção dos trilhos das minas, antes abandonados.

As importantes minas próximas incluem Chineyskoye, o maior depósito russo de titânio e mundial de vanádio, bem como Katuginskoye, importante mina de metais de terras raras. Também há depósitos de antrácito, além da charoíta, uma gema lilás que só é encontrada na região. A abundância de gemas na área traz muitos comerciantes de pedras e jóias para a região.

Como a cidade fica na rota da BAM, que liga as duas pontas da Rússia paralelamente à linha Trans-Siberiana, muitos turistas passam pela cidade e visitam as montanhas Kodar e o deserto Charskey, sendo incluída em roteiros turísticos pelo país e trazendo assim certa renda para a cidade.


Um pouco de história:

O assentamento foi fundado em cerca de 1980, por causa da construção da Baikal Amur Mainline, perto da antiga vila de Chara, nomeada assim por causa do rio próximo. A estação foi construída em 1981, por trabalhadores da República Cazaque, quando a URSS ainda existia. As brigadas Komsomol (trabalhadores jovens) ficaram responsáveis por parte da construção dos trilhos.

O tráfego regular de trens começou em 1988. Porém, a conclusão da BAM não trouxe o desenvolvimento esperado para a área, e com a crise econômica soviética no final dos anos 80, cerca de metade da população, que era cerca de 8 mil, deixou o lugar. Hoje em dia pouco mais que 4 mil pessoas moram na cidade, que restou como parada a viajantes da linha férrea.

No passado a União Soviética promoveu a exploração de minas próximas da região, incluindo a que gerou o Gulag de Marble Canyon. Os gulags eram lugares remotos para onde a URSS enviava prisioneiros para trabalhar, nesse caso nas minas de urânio da região, para ajudar no programa nuclear russo. Em Novaya Chara existe um museu histórico com exposições sobre esse gulag.


Curiosidade:

Próximo da vila de Novaya Chara, atravessando o rio, existe um deserto de cerca de 6 km de extensão, coberto totalmente por areia de quartzo. O deserto chama-se Charskey Sands, e não se sabe como ele surgiu, e o fato curioso sobre ele é que está incrustado no meio da taiga, ao lado das montanhas Kodar, e ocorre uma passagem abrupta da floresta densa para a areia do deserto. Além de tudo, a região é muito fria e ocorre precipitação de neve, causando uma mistura incrível de paisagens. Pode-se ficar com um pé dentro da floresta e um dentro do deserto, sem faixa de transição. O deserto parece ter tido grande importância na antiguidade, já que artefatos de milhares de anos já foram achados nele. Hoje em dia a região é estudada por vários geólogos e geógrafos, e visitada por muitos turistas.


Fotos: Estação, Trilho da BAM, Trilhos, Monumento aos 25 anos da vila, Mapa da região, Vista aérea, Charskey Sands.


Saiba mais:

http://en.wikipedia.org/wiki/Novaya_Chara

http://en.wikipedia.org/wiki/Baikal_Amur_Mainline


sábado, 11 de abril de 2009

Nundle, Austrália



Coordenadas: 31°27’S, 151°07’E
Localização: Concelho Regional de Tamworth, Condado de Parry, estado de Nova Gales do Sul, Austrália
Clima: Temperado
Elevação: 609m
População: 289
Economia: Gado ovino e bovino, madeira e trigo
Língua: Inglês
Origem do nome: Provavelmente do aborígene, significando “boca”.

Nundle é um pequeno vilarejo ao pé da Cordilheira Australiana, localizado em uma região histórica de mineração. Por sua origem, possui várias construções antigas, algumas mantidas como patrimônio nacional. Ela teve origem com os mineiros que vieram atrás do ouro e acabaram se estabelecendo no local, e hoje em dia, com uma pequena população, vive da criação de animais e da produção de lã.
A vila mistura a paz de um vale cercado por montanhas com um clima histórico.
Apesar de não possuir mais produção intensa de ouro, ainda é conhecida por suas propriedades minerais. Além dos poucos filetes que restam de ouro, é uma das melhores áreas do país para extração de cristais, além de pedras como zircão, jasper verde e safiras. A visita turística da exploração mineral é encorajada, principalmente durante festivais na cidade. Existe um famoso na cidade, feito sempre na época da páscoa, o “Go For Gold”, que além de apresentar danças e acrobacias chinesas, por causa da parcela da população que se originou dos mineradores chineses, também conta com atividades como aprender a minerar ouro.
Em 2001 foi aberta na cidade uma fábrica têxtil que utiliza a lã produzida nas fazendas locais, utilizando máquinas antigas e históricas e produzindo novelos coloridos, feita de forma a se tornar peculiar, servindo de atração turística e convidando os visitantes a assistir o dia-a-dia da produção.
A cidade é cortada pelo rio Peel, onde existe a barragem Chaffey, sendo um lugar muito procurado por pescadores. Próximo de lá existe a vila mineira de Hanging Rock, de valor histórico, abrigando cemitérios de mineiros e uma bela vista da região, pois está no alto de uma montanha com visibilidade para o vale Nundle.

Um pouco de história:
Nundle foi estabelecida quando ouro foi descoberto em Hanging Rock, em 1852. Neste ano vieram 300 mineradores, da Europa, Califórnia e da China, em busca de ouro nas montanhas. A terra antes pertencia à Companhia Australiana de Agricultura, que cogitou vender a região, mas com a descoberta de ouro acabou por fundar uma companhia de mineração no local. Em 1882 foi construída uma Igreja Metodista Primitiva. Logo uma escola foi construída e em 1885 Nundle já foi declarada como “vila”, sendo este o ano de fundação. Em 1941 a eletricidade chegou à cidade e em 1979 foi criada a barragem de Chaffey.
Em 2001, a construção da fábrica de beneficiamento da lã na cidade foi importante, gerou empregos e arrecadou dinheiro para a cidade, que hoje vive de suas fazendas e conta com razoável visita turística.

Curiosidade:
Em 2008, ecologistas encontraram em Nundle uma Euphrasia arguta, planta florida que era considerada extinta e foi vista pela última vez apenas em 1904. É um dos interessantes e raríssimos casos em que se acha um indivíduo de uma espécie presumidamente extinta. Especialistas supõem que o controle das queimadas australianas tenha permitido à planta se desenvolver novamente.





Saiba mais:

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Siquijor, Filipinas



Coordenadas: 9°13' N, 123°30' E
Localização: Região de Visayas Central, Filipinas
Bioma: Tropical úmido/Mangue
Área: 343.5 km²
População: 81.598 (2007)
Economia: Turismo, agricultura, pesca e artesanato.
Língua: Cebuano (também tagalog e inglês)
Etnia: Predominantemente Visayanos, nativos da região.


Siquijor é uma ilha e província localizada na região de Visayas, no centro-sul das Filipinas. Possui 6 municipalidades com paróquias que datam de seu descobrimento pelos espanhóis. Suas areias brancas, belas árvores, vastos recifes de corais e lendas misteriosas fazem da ilha uma grande atração turística filipina, com muitos resorts. Possui algumas cavernas cheias de estalactites e estalagmites, com piscinas naturais e pequenas cachoeiras, que além de serem interessantes pontos de visitação são alvos de muitas histórias misteriosas.

O clima da região é tipicamente tropical, com temperatura média de 28°C, floresta tropical no interior da ilha e alguns manguezais no litoral. A população, predominante nativa, vive da agricultura, fabricação de móveis, cestas e artesanato, amendoim e banana.

Passou por grande influência espanhola, que deixou várias construções religiosas pela ilha, como o Convento de Lazi, considerado o maior e mais antigo desta região asiática.

O nome da ilha, segundo as lendas, originou-se quando os espanhóis chegaram na ilha e encontraram um ancião. Ao perguntarem o nome do local, este respondeu-lhes o próprio nome, “Si Kihod”. Como os espanhóis tinham dificuldade para pronunciar o nome, passaram a chamar a ilha de “Ilha do fogo”, por causa da luminescência causada por vagalumes que circulam as árvores Molave, comuns na região.


Um pouco de história:

Pouco se sabe sobre o passado da ilha, que foi habitada inicialmente pelos povos nativos da região, os Visayanos, sendo chamados de Siquijodnons. Foi avistada pelos espanhóis pela primeira vez em 1565, pela Expedição Legazpi. A ilha ficou desde então sob domínio espanhol, chegando a pertencer à província de Bohol e posteriormente de Negros Oriental, ambas ilhas na região. A ilha chegou a ser dominada brevemente pelos japoneses durante sua expansão na Segunda Guerra Mundial. Finalmente, em 1971, se tornou uma província independente.

Padres espanhóis chegaram na ilha por volta de 1780 e fizeram a primeira paróquia, no vilarejo de mesmo nome da ilha. Posteriormente se espalharam pela ilha, fundando outras paróquias e construindo a Igreja de Santo Isidoro de Lavrador e o Convento de Lazi. A ilha servia como retiro e descanso para as autoridades religiosas da região. Em 1870, os espanhóis construíram a igreja e a torre de São Francisco de Assis, construída perto do cais para servir de “boas vindas” aos viajantes, bem como alertar a ilha do ataque de piratas.


Curiosidades:

A ilha é muito famosa pelas lendas de magia. Os povos nativos possuem curandeiros e feiticeiros, que dizem curar qualquer doença e até causá-las, sendo que vários deles cobram por isto. A ilha é visitada por muitos habitantes da região em busca de cura e outros serviços “mágicos”, e muitos a temem por esta causa. Também é dito que existem bruxas na ilha, e as várias igrejas abandonadas contribuem para essas lendas. Os feiticeiros da ilha usam ervas e plantas para fazer poções, feitas com rituais e orações muito estranhas, chegando a ser inclusive uma atração turística. As cavernas servem como palco para muitos dos rituais, e muitas regiões inexploradas delas são alvo de muitas histórias misteriosas.


Fotos: Praia, Cachoeira de Cambugahay, Vegetação, Igreja de Santo Isidoro, Convento de Lazi.


Mapas: Mapa, Panfleto.


Saiba mais:

http://www.dumagueteinfo.com/siquijor.php

http://www.mysiquijor.com

http://www.siquijor.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Siquijor

http://www.ironwulf.net/hi/2007/11/23/siquijor-salagdoong-beach-and-forest/